quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Livro do mês: O amor nos tempos do cólera


Romance é, em suma, a construção de uma narrativa. Poucas vezes essa construção literária é notada. Entra-se na história e, na maioria das vezes, nem nos damos conta em que pessoa a estória estava sendo contada.

Não foi o que aconteceu, pra mim, com O Amor nos Tempos do Cólera. Logo de cara percebi a divisão temporal do romance e fiz dele um trunfo e, ao mesmo tempo, um obstáculo. Trunfo porque era cheia de suspense que contava o enredo a quem me perguntava o que estava lendo e qual era a estória fazendo com que as pessoas também sentissem vontade de ler. E obstáculo por ser algo que devia ser transposto para saber qual seria o final.

A estória começa no presente, mas logo é remetida para o passado, onde se detém por um grande período – na verdade, a maior parte do livro – até voltar ao presente como se, na verdade, estivesse novamente voltando ao passado – porque afinal o presente contado da estória já tinha ficado no passado do leitor, quando começou o livro.

E enquanto a maior parte do livro você quer correr, ler, devorar e avançar para saber o final quando se volta ao presente e, então, ao desenrolar final da estória a vontade é de mangar, saber, mas não tudo só para não se chegar ao final.

E que final gostoso. Minha vontade é ler e reler este final milhares de vezes. Do Gabriel Garcia Márquez tinha lido apenas 100 anos de solidão, já há alguns bons anos. Por isso, ler O amor nos tempos do cólera foi uma delícia.

Embora não seja um autor que me empurre para suas obras porque acabei de ler um livro, mas não fui impelida a ler outro livro dele imediatamente me senti grata pela leitura. Se for para classificar o livro é assim que será: um livro gratificante. É ter lido e talvez até sinta falta de Fermina Faza ou de Florentino Ariza vez por outra. Agora, talvez eu parta pro filme. Embora seja preconceituosa com adaptações, acho que irei me jogar nesta.

Avaliação: Muito bom

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